quarta-feira, 3 de julho de 2013

Casamento ou contrato?


Hoje de manhã estava lendo um post em um grupo do facebook em que uma garota publicou uma linda imagem de um casal bem velhinho enamorados, nitidamente era possível ver  o amor entre eles. Eu pensei comigo, “É um casamento assim que eu quero pra mim”, ficar bem velhinha ao lado de alguém que eu “escolha” pra amar. Sei que parece estranho dizer “escolher” pra amar, mas é no que eu acredito. Acho que o amor de verdade acontece no dia-a-dia, nas adversidades de um casal, na vida a dois, com problemas, com certas dificuldades, depois com os filhos.. e claro, como vocês dois juntos  aprendem a lidar com isso.  
Quando paro pra pensar sobre o casamento que meus avôs tiveram tenho excelentes exemplos de como é possível ainda acreditar que se pode construir esse amor sólido e bonito; aquele que é plantado quando o casal se conhece assim como uma sementinha, no namoro começa a crescer e quando atinge o ideal deve ser regado  todos os dias, com carinho, respeito, fidelidade, algumas renuncias, silêncio, diálogo, companheirismo, reconhecimento, cumplicidade...coisas que parecem distintas mas que juntas são o tempero correto para um casamento feliz e abençoado .
Então pensando nisso tudo resolvi escrever hoje sobre o casamento. Afinal, o que é um casamento ou o que está por trás de um casamento?  O que faz um casamento durar tantos anos ou por que muitos acabam depois de uma longa caminhada juntos?  O que fazem as pessoas se casarem? E  o que as levam ao divorcio? Os casamentos atuais são feitos para durar ou são apenas contratos assinados em cartórios?
Há tantas perguntas dúvidas sobre o assunto e eu sempre me pego pensando sobre isso, então resolvi postar meu humilde ponto de vista sobre o assunto. 
Em primeiro lugar, devemos analisar o que é o casamento. Ele é o vínculo estabelecido entre duas pessoas, mediante o reconhecimento governamental, religioso ou social e que pressupõe uma relação interpessoal de intimidade, cuja representação arquetípica é a coabitação, embora possa ser visto por muitos como um contrato. Há outros que se referem à essa união com  a palavra matrimônio, ainda que seja compreendida como sinônimo de casamento, é referente exclusivamente à união entre um homem e uma mulher, uma vez que deriva de mater, matris (mãe) no latim clássico.
A bíblia também relata esse processo desde quando Deus criou o primeiro casal da terra e sobre o que seria então o casamento, assim também como o referencia em outras passagens do livro sagrado; sendo a primeira referência em  Gênesis . “E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gênesis 2:23-24). Deus criou o homem e depois fez a mulher do “osso de seu osso”. O processo, como registrado, nos diz que Deus tomou uma das “costelas” de Adão (Gênesis 2:21-22). A palavra hebraica literalmente significa “o lado de uma pessoa”. Por isto, Eva foi tomada do “lado” de Adão e é a seu lado que deve ficar. “E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea” (Gênesis 2:20). As palavras “ajudadora idônea” são a mesma palavra hebraica. A palavra é “ezer” e vem de uma palavra-raiz primitiva que significa ficar à volta, proteger ou auxiliar, ajudar, ajudador, assistir. Por tal razão, significa ajudar, assistir ou auxiliar. Eva foi criada para ficar ao lado de Adão como sua “outra metade”, para ser seu auxílio e sua ajuda. Um homem e uma mulher, quando se casam, se tornam “uma só carne”. O Novo Testamento adiciona um aviso a esta “unidade”: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:6); entre outras passagens sobre casamento, amor pelo apóstolo Paulo. 
Bom, mas se o casamento é uma instituição criada para que o casal se torne um  e viva juntos até os últimos dias de suas vidas assim como os casais reafirmam perante o Juiz, ao Pastor, ao Padre, testemunhas, familiares e afins... Porquê a maioria deles acabam tão rapidamente hoje em dia?
Eu li recentemente um resultado de uma pesquisa feita na Inglaterra que trazia os dez motivos pelos quais as pessoas se casam e que são:

1.Porque encontrou o verdadeiro amor;
2.Porque queria ter filhos;
3. Porque o parceiro(a) queria;
4. Porque estava na idade de casar;
5. Porque compraram uma casa juntos;
6. Porque tinha medo de ficar sozinho(a);
7. Porque achava que não teria mais chances;
8.Porque a família queria;
9. Devido a gravidez;
10. Porque queria aproveitar a festa e os presentes;

Embora a pesquisa não tenha sido feita no Brasil não é muito divergente do que acompanhamos em nosso meio social, não é?
 As pessoas se casam mesmo por qualquer motivo, sendo irrelevante ou não, porque têm o casamento apenas como contrato em que elas assinam e logo depois se não estiverem mais satisfeitas, renunciam aos votos de felicidade, as promessas de amor e fidelidade e deixam seus parceiros, desligando-se até da família que escolheram ter.  Na verdade, pra mim os valores sociais hoje em dia já estão muito diferentes (divergentes) daqueles que aprendi quando era criança e tinha-os como referência. Talvez por comodismo ou por egoísmo as pessoas preferem acreditar que tudo o que ocorre hoje em dia é normal, assim como casam atualmente com o intuito de que se não der certo, se separa amanhã. E é o que mais acontece né, amores?
Daí vem a primeira briga, por um motivo fútil, por qualquer coisa boba e lá vai a mulher pegar suas coisas e voltar pra casa dos pais - ou de outra pessoa - não diferente  do homem que vai dormir no escritório; isso porque esse casal em crise  já não sabem mais dialogar e dizer o que está errado, o que aconteceu, como se sentem... É muito mais prático ir no cartório e assinar o divórcio (já que no cartório se faz rapidamente). E quando se tem filhos, os pais nem ligam para o mal que a separação pode causar à eles, pensam primeiro neles mesmo e no que eles sentem e ainda usam frases completamente idiotas para justificar.. "o amor acabou" , "sempre será seu pai, sempre será sua mãe", "os filhos vão se acostumar" ; "o quanto é bom para eles terem duas casas", e com isso fogem da responsabilidade de ter uma família, do erro irrevogável que é esquecer os votos de união; etc. Pra mim, isso não é amor! Nunca foi e não é um casamento, e sim, um contrato como a grande maioria faz hoje em dia.
Valores invertidos da família, da representação familiar, do que é o casamento, do que é o amor...   
O casamento para mim, é muito mais do que um simples contrato social, é um compromisso, entre duas pessoas, no qual se comprometem, mutuamente, a viver um para o outro e a assumir todas as responsabilidades daí provenientes; este compromisso para dar certo tem que ser selado com o Amor e ambos devem ser responsáveis para que o amor entre eles jamais acabe..
Afinal, o verdadeiro amor tudo crê, tudo espera, tudo suporta.. 
Eu, prefiro ainda acreditar que exista uma tampa de uma panela que pense igual a mim...




Ps: Eu vi um depoimento de um homem dizendo sobre seu casamento que achei incrível e gostaria que se vocês depois dessem uma lida sobre:
http://blog.kanitz.com.br/segredo-casamento/

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